BLACK MIRROR - 4ª TEMPORADA
- Débora Pluvie
- 15 de fev. de 2021
- 3 min de leitura
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Olá, pessoas! Tudo bem?
Férias. Netflix. A relação é meio óbvia. Assim, dediquei um tempinho aos episódios novos de Black Mirror - o ep. 04 foi o que mais me impressionou. Portanto, venha ler o que achei:
Em um hipotético mundo onde os aplicativos de relacionamentos são mais sofisticados que os atuais, vemos um casal que se encontra pela primeira vez. Percebemos, então, que pessoas vão para esse determinado lugar em busca de um par ideal, mas até encontrá-lo, os dispostos precisam passar por diferentes experiências afetivas.
Entretanto, o mesmo app possui a função de fornecer a quantidade de tempo que a relação durará. Assim, Frank e Amy se vêem encurralados ao saberem que seu tempo juntos não passará de 12h. Isso, ao passo que o software faz uma contagem regressiva. Desse modo, a primeira reação do casal é correr contra o tempo para que aproveitem a noite da melhor forma. Nessa cena, não pude deixar de pensar. Se todos nós tivéssemos ciência do prazo de validade de nossas relações - sejam amorosas ou até mesmo profissionais - não aproveitaríamos melhor o tempo que nos resta? A noite vai se desenrolando e ambos são orientados por um tipo de inteligência artificial disponível no aplicativo; chegam, então, a um superapartamento - levados pelo serviço - e deitados, Amy levanta a questão: - Devia ser uma loucura antes do sistema. - Como assim? - As pessoas tinham que cuidar de relacionamentos, sozinhas, decidir com quem ficar. - Deviam ficar indecisas. É difícil escolher com tantas opções. - Sim. Exatamente. E, se as coisas ficassem ruins, tinham que dar um jeito de terminar. - Terminar com alguém. Um pesadelo! A sintonia dessas 12h é tamanha que temos a sensação que os dois já se conheciam há muito tempo e aquilo era uma espécie de reencontro. A questão é que o sistema seleciona um suposto par definitivo por um algoritmo que define a escolha que melhor se encaixa ao perfil de cada indivíduo.
A noite acaba e ambos são incomodados pela sensação que 12h não eram suficientes. Isso até Athlestan aparecer e matar todos com seu machado viking. #Brinks.
O ator George Paul Blagden, conhecido por seu papel em “Vikings”, faz uma participação como o próximo de muitos relacionamentos de Amy.
Vemos, assim, que diferentemente de outros episódios da série, “Hang the DJ” traz a tecnologia como elemento participante do enredo, mas é de longe o ponto principal.
O tópico “saber quanto tempo durará” é fundamental ao entendimento do contexto, dado que ao mesmo passo que o casal consegue sanar uma curiosidade, também fica, fatalmente, desmotivado ter conhecimento que aquele alguém não é o “par ideal”, tendo como consequência a ausência de entrega de uma/ambas as partes. Coincidência com o mundo real?
Bauman se revira no túmulo agora.
O saldo é que Amy e Frank são interpretados por dois atores que conseguem transmitir uma química evidente na telinha, o que faz com que sejamos embalados por uma “quase” comédia romântica em diversos momentos. Torcemos, então, para que os dois sejam felizes para sempre; e confesso que se tratando de “Black Mirror”, eu já estava esperando o momento que minhas expectativas cor-de-rosa seriam levadas por água abaixo.
Somos embalados por um final clichê, mas extremamente bem pensado, capaz de trazer uma ondinha mais otimista a tanto genial pessimismo proposto pela série.
Vale cada segundo na frente da TV.
Abraços.
Deb.
Segue trailer:
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