[ENEM] Ideias para uma redação nota 1000 sobre TABAGISMO
- Débora Pluvie
- 15 de fev. de 2021
- 4 min de leitura

Fala, pessoal.
Boa tarde. Tudo bem? Estava preparando uma aula de redação para a turma IME/ITA e me deparei com o seguinte tema:
O aumento de impostos sobre cigarros é uma medida para combater o tabagismo?
Teminha capcioso, pois parte do pressuposto de uma resposta – sim ou não. Em um primeiro momento, você pode pensar que a única possível resposta seja “sim”. No entanto, veja a seguir alguns caminhos para sua interpretação:
SIM – é uma medida, mas não sozinha (...) e aqui você associa a outras medidas.
NÃO – não é uma medida, pois o problema não tem solução ( pior argumentação ever! )
NÃO – não é uma medida, mas existem outras, como (...).
Pra começar, cada coisa em seu lugar:
A temática apareceu em 2016 porque um decreto presidencial publicado em edição extra do Diário Oficial da União em fevereiro do mesmo ano alterou a legislação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre chocolates, sorvetes, fumo picado e cigarros. Nesse sentido, com todas as mudanças implementadas por meio do decreto presidencial, o governo federal previu um aumento da arrecadação de R$ 641,69 milhões para o ano de 2016, de R$ 1,06 bilhão para 2017 e de R$ 1,01 bilhão para 2018.
Ou seja, aumentar o valor do cigarro gera arrecadação para o Estado. Beleza? Ok.

Seguem alguns dados sobre o queridinho de 1/3 da população adulta mundial:
- O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a principal causa de morte evitável no mundo.
- A maior parte dos fumantes tem início na adolescência e levam o hábito para a vida inteira. A OMS afirma que 80% desse grupo começaram antes dos 18.
- Nos EUA, 4000 adolescentes experimentam um cigarro por dia.
- Os jovens que fumam têm 3x mais chances de beber álcool e 8x mais chances de usar maconha.
- Existe uma inegável relação entre cigarro, brigas e sexo sem proteção.
- A organização estima que um terço da população mundial adulta, cerca de 2 bilhões de pessoas, sejam fumantes.
- Pesquisas comprovam que aproximadamente 47% de toda a população masculina mundial e 12% da feminina fumam.
- A fumaça do cigarro tem mais de 4,7 mil substâncias tóxicas. O alcatrão, por exemplo, é composto de mais de 40 compostos cancerígenos. Já o monóxido de carbono (CO) em contato com a hemoglobina do sangue dificulta a oxigenação e, consequentemente, ao privar alguns órgãos do oxigênio causa doenças como a aterosclerose (que obstrui os vasos sanguíneos). A nicotina é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) droga psicoativa que causa dependência. Ela também aumenta a liberação de catecolaminas, que contraem os vasos sanguíneos, aceleram a freqüência cardíaca, causando hipertensão arterial.

- Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), vinculado ao Ministério da Saúde, o tabaco também tem relação com a impotência sexual e infertilidade masculina pois, segundo estudos, prejudica a mobilidade do espermatozóide. Os mesmos prejuízos também são atribuídos ao cachimbo e ao charuto. Apesar de não serem tragáveis, possuem uma concentração de nicotina maior, que é absorvida pela mucosa oral.
-Não só o fumo ativo, mas o passivo também aumenta os riscos de doença. Sete não fumantes morrem por dia em consequência do fumo passivo. O tabagismo passivo aumenta em 30% o risco para câncer de pulmão e 24% o risco para infarto.

Consequencia disso tudo é que hoje o cigarro é uma questão de saúde pública.
E agora você está se perguntando what the hell as pessoas normais, boazinhas e saudáveis fumam. Pois bem, vamos lá:
- Segundo a Associação Médica de São Paulo, as pessoas fumam para relaxar, aliviar as tensões, disfarçar o tédio, amenizar uma situação de estresse combater a ansiedade, ocupar as mãos e a boca em ambiente social em que há grupos de pessoas reunidas.
- Durante um tempo, mais ou menos no início do sucesso do cinema, entre tragadas e baforadas nasceu Hollywood. Ou ao menos grande parte dos filmes que ajudaram a alicerçar a fama desse símbolo norte americano do Cinema, perpassa pelo glamour do tabaco em suas películas. Portanto, existia um glamour em quem fumava – nos gestos, nos olhares com mistério da fumaça, no comportamento.

Mas não eram somente nos filmes com temáticas pesadas onde aparecia o devido glamour da fumacinha. Como parte substancial da cultura norte – americana do pós – guerra, o uso intensivo do cigarro aparecia sem qualquer censura em qualquer filme que fosse, desde os supracitados noir até as mais acaloradas películas do gênero romântico.
Por fim, existe a maravilhosa, glamourosa e escrota mídia sensacionalista que diz que fumar é maneiro.
Podemos observar criações inusitadas ou até mesmo um tanto chocantes, de anúncios que veiculavam em jornais e revistas, únicos veículos disponíveis até os anos 50. Exemplo disso, é uma campanha que trazia um Papai Noel fumante.

A princípio, as indústrias tinham como principal alvo o público masculino, a imagem da mulher era utilizada exclusivamente como objeto de desejo, ao lado do cigarro. Mas as mulheres também foram atingidas pelo produto. Não só pela própria vontade, mas também por acharem que fumando, estariam conquistando mais igualdade junto aos homens.
Mais tarde estas propagandas foram vetadas por leis que defendem a preservação da saúde. Movimentos sociais comemoraram a decisão e não vemos mais os anúncios e filmes publicitários que marcaram uma geração... a bem dizer, nenhuma marca positiva.
Hoje, as embalagens vem com aquelas imagens assustadoras que em um primeiro momento nos impacta, mas é suficiente?

E aí? Qual é a relação entre o valor e o preço da fumacinha? Aumentar o valor dos impostos é suficiente?
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Abraços,
Deb.
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