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[ENEM] SOBRE O CONCEITO DE ARTE E ENQUADRAMENTO

  • Foto do escritor: Débora Pluvie
    Débora Pluvie
  • 15 de fev. de 2021
  • 3 min de leitura

Fala, pessoal.


Estou muito feliz em poder ajudá-los nessas últimas horinhas de estudo :)


Segue abaixo um texto que escrevi sobre a ideia de arte associada ao enquadramento da imagem.


Sabe-se que o conceito de arte, principalmente, na contemporaneidade alcança múltiplos significados. Nesse contexto, nas aulas de História, quando estudou o Renascimento, certamente notou que as imagens mais famosas do movimento são as que contam com a reprodução fiel do ser humano, ou pelo menos sua tentativa. Da Vinci, considerado o gênio desse contexto era, de fato, mestre quanto a esse quesito. A ideia do belo, desse modo, era comparada a aspectos até mesmo sagrados.


O tempo passou, a câmera fotográfica tomou espaço e a reprodução da imagem em massa foi ainda mais divulgada. Assim, a fotografia passou a ser, teoricamente, a multiplicação mais fiel de um determinado contexto visual.


A duplicidade e a dúvida são inegavelmente questões que configuram a realidade da fotografia desde seu início, em 1839, quando tudo começou a ser fotografado. Assim, a partir seus significados artísticos, filosóficos, poéticos, sócio-políticos, antropológicos e históricos, esse meio de registrar o que se vê – ou uma fatia disso- tornou-se, ao longo do tempo, algo indispensável e, de algum modo, também corriqueiro.

Inegavelmente, somos apresentados ao fato de que nos acostumamos a ser educados por fotos. A foto possui a capacidade de modificar e ampliar nossas ideias acerca do que realmente tem valor aos olhos. Entretanto, a partir de uma outra ótica, é possível pensar que a foto, como objeto material, mostra quase sempre apenas um ponto de vista – o do fotógrafo – e nem sempre esse é o real em sua essência.


Nesse sentido, segundo Leonardo Boff, filósofo e professor, “ Todo ponto de vista é a vista de um determinado ponto” . Assim, pode-se pensar que a interpretação da realidade por meio da foto é influenciada pela vivência/visão de mundo tanto do fotógrafo como do expectador; toda foto, portanto, possui múltiplos significados.


Além disso, a fotografia aparece como objeto de comprovação de fatos. Pode-se pensar, então, na a questão de uma foto – e seu enquadramento – equivalerem a uma prova incontestável de um fato; e como exemplo, pode-se citar o determinado meio como ferramenta dos Estados modernos na vigilância e controle de suas populações – o que só consegue ter efeito positivo se essas contarem com a honestidade de seus fotógrafos e veículos de comunicação – que raramente acontece, principalmente em tempos de guerra.


Nesse contexto, inúmeras questões podem ser levantadas. Uma se refere ao limite que é dado entre o público e privado – principalmente tratando-se do século XXI, em que a exposição, trazida em grande parte pela internet e pelas redes sociais, se faz presente a cada dia de maneira mais contundente. Isso, além do fato, também trazido pela modernidade, que é a capacidade da foto ser modificada e transfigurada ao gosto do freguês. Assim, é levantada realidade da vulnerabilidade da fotografia, que pode ser reduzida, ampliada, recortada, retocada, adaptada e adulterada. A partir desse contexto de realidade pós-moderna no século XXI, em que os photoshops se fazem presentes no cotidiano de grande parte da população que fotografa – profissionais e amadores – confiar naquilo que pode ser modificado é um tanto traiçoeiro.


Logo, vê-se que as fotos e as imagens dão conta de preencher as lacunas; no entanto, não conseguem, por si, determinar a realidade. Essas são apenas uma pequena bela fatia do espaço que pode ser registrado e guardado.



 
 
 

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